Com o aperfeiçoamento das ferramentas tecnológicas e o aumento das vulnerabilidades nas empresas, é necessário que os programas de Ética e Conformidade também evoluam. De acordo com um estudo da KPMG realizado no Brasil, apenas 2% das 250 empresas consultadas investiam mais do que R$ 2 milhões na área de Compliance em 2015. Já em 2016, 9% das 250 empresas analisadas investiram mais de R$ 2 milhões no assunto, um crescimento significativo para o curto espaço de tempo.

Mas, pensando no rápido desenvolvimento das ferramentas digitais, o que está sendo feito para trazer as práticas da Conformidade para os novos tempos? “As empresas se tornaram agentes elementares do mundo globalizado. Isso representa, consequentemente, uma maior busca pela transparência, integridade e ética nos negócios”, pontua Camilla Jimene, sócia do escritório Opice Blum Advogados Associados, especializado em questões tecnológicas, fraudes cibernéticas e compliance digital. “Uma forma bastante efetiva de conservar a força da cultura organizacional, promovendo as políticas em tempo razoável e com manutenção frequente, é a disseminação da informação por meio digital”, complementa Camila.

Ética, Integridade e Transparência nos meios digitais

“Sob a perspectiva do compliance, a tecnologia pode ajudar em três pontos principais: capacitação online dos profissionais; controles internos com o uso de recursos tecnológicos, a fim de monitorar as ferramentas e as comunicações dentro da empresa; e checagem de reputação por meio do uso de Big Data, o que garante maior assertividade de investigação e negócios mais seguros”, explica Camilla.

As ferramentas de capacitação e-learning (aprendizado via plataformas digitais) já são bastante adotadas no mercado, especialmente em empresas descentralizadas e com integrantes espalhados por diversas regiões. O monitoramento por meio de ferramentas digitais também é muito comum, mas o uso de Big Data para identificar riscos ainda é um processo em aprimoramento.

Tecnologia auxilia na divulgação e no fortalecimento de políticas de Compliance
Camilla Jimene, sócia do Opice Blum: “A globalização exige que os negócios sejam mais transparentes, íntegros e éticos”

Com a tecnologia de processamento de dados cada vez mais avançada, é possível fazer um levantamento de informações públicas sobre toda a cadeia de valor de maneira mais ágil. Na prática, isso significa que as empresas conseguem realizar um estudo preciso sobre clientes, parceiros, fornecedores e distribuidores de acordo com as informações disponíveis na internet e em bancos de dados públicos. Caso haja qualquer restrição ou risco, a empresa pode identificar rapidamente. “É possível cruzar todas as informações públicas encontradas na rede para gerar uma tomada de decisão. Isso facilita a identificar se os envolvidos atendem aos critérios de Ética e Conformidade da empresa, bem como se há compatibilidade com seus princípios e sua cultura, o que impacta na hora de fazer negócio”, diz Camilla.

Os meios digitais também são importantes instrumentos para comunicar as políticas e diretrizes de Conformidade. Intranet, e-mails e redes sociais corporativas são recursos eficientes nessa tarefa, possibilitando que todos os funcionários estejam cientes de seus direitos e deveres. Além da divulgação de informação, ferramentas como canais independentes de denúncia e portais de Ética e Conformidade são essenciais para receber questionamentos, preocupações e denúncias de forma anônima e sem influência de terceiros.

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Os recursos digitais podem ser utilizados em diversos processos da área de Conformidade

A Conformidade como fator humano

Para que o ambiente de negócios seja cada vez mais sustentável, diversos avanços são previstos para os próximos anos. Seja em inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT), treinamentos com realidade virtual ou dados na nuvem, fica claro que o assunto sofrerá muitas inovações.

Camilla, contudo, faz uma ressalva diante deste cenário. “Estamos falando principalmente de valores. Assim, mesmo que seja um intermédio facilitador, o digital não pode ser um fim. Ele nunca deve substituir o ‘cara a cara’ quando o assunto é política corporativa. Ele deve ser um replicador, um pulverizador de conhecimento. Nesse caso, a relação entre pessoas e tecnologias precisa ser simbiótica, complementar, pois o desenvolvimento dos valores continua sendo feito por nós, seres humanos”, conclui.





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